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francisco luís fontinha

Nunca vi o mar, A minha mãe sonâmbula nas noites de cacimbo desenhava o mar no teto da alcofa, um círculo com olhos verdes e sorrisos e cheiros que aprendi a distinguir antes de adormecer, e eu, e eu... francisco luís fontinha.

francisco luís fontinha

Nunca vi o mar, A minha mãe sonâmbula nas noites de cacimbo desenhava o mar no teto da alcofa, um círculo com olhos verdes e sorrisos e cheiros que aprendi a distinguir antes de adormecer, e eu, e eu... francisco luís fontinha.


27.04.14

no seu término o dia mistura-se com as sombras do prazer

o teu corpo mergulha sobre o meu peito flácido

quase a adormecer

lá fora há poemas por escrever

palavras vagabundas correndo junto ao Tejo

folheio as pequenas páginas dos teus seios

descubro o significado de “Amor”...

e sinto a paixão a entranhar-se nos meus ombros

 

há silêncios a descer a tua pele de doirado sémen

que acabam por morrer

semeiam-se nos límpidos lençóis de seda

como jangadas esquecidas em Cais do Sodré...

afinal... o sonho são as pequenas páginas dos teus seios

à janela do “Adeus”

simplesmente inventando soníferos de cartão

e livros a arder

 

há em ti um púbis construído de andorinhas

e flores de papel

e no seu término...

o dia... o dia cansado de viver

como se o teu corpo embrulhado nos meus braços de aço laminado

adormecesse vivesse amasse e morresse

e descubro o significado de “Amor”...

e de ser “amado”.

 

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

Domingo, 27 de Abril de 2014


25.04.14

imagino-te submersa em palavras de solidão

imagino-te vestida de poesia

de cravo na mão

imagino-te livre

nua

imaginar...

a madrugada sem nome

voando sob a cidade dos xistos embriagados

e há um rio em silêncio

um rio... um rio apaixonado

imagino-te deitada na areia pálida do Mussulo

escrevendo as palavras de solidão

 

no meu corpo

em mim

em construção

 

imagino-te com asas em papel amarrotado

escrito

rasgado no centro geométrico

rodando

brincando junto aos coqueiros imaginados

imagino-te de lábios desenhados

no muro da insónia

e sonhas

sonhando...

que te imagino submersa em palavras de solidão

e há uma varanda com cortinados de paixão

e há uma canção que acorda em ti... que te imagino submersa... solidão

 

no meu corpo

em mim

em construção.

 

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

Sexta-feira, 25 de Abril de 2014

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