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francisco luís fontinha

Nunca vi o mar, A minha mãe sonâmbula nas noites de cacimbo desenhava o mar no teto da alcofa, um círculo com olhos verdes e sorrisos e cheiros que aprendi a distinguir antes de adormecer, e eu, e eu... francisco luís fontinha.

francisco luís fontinha

Nunca vi o mar, A minha mãe sonâmbula nas noites de cacimbo desenhava o mar no teto da alcofa, um círculo com olhos verdes e sorrisos e cheiros que aprendi a distinguir antes de adormecer, e eu, e eu... francisco luís fontinha.


28.05.14

Hei-de encontrar-te

nas masmorras cinzentas do sonho

esquecer-me das noites em solidão

e voar sobre os cadáveres desgovernados das tuas mãos de pano

hei-te encontrar-te

no círculo mais secreto do teu corpo

disfarçada de nuvem

ou... ou vestida de neblina

hei-de encontrar-te

no rio da insónia com cabelos de nenúfar

na cama clandestina da madrugada

ou no sofá com lençóis de pergaminho desejo,

 

Sentir que há vida na tua boca

perceber que há flores nos teus seios doirados

sentir a água louca

descendo as tuas coxas que alicerçam soldados

sentir o beijo efeminado com perfume de menina

saltar as giestas cansadas da montanha assassina...

 

Hei-de... hei-de encontrar-te

nas masmorras cinzentas do sonho

galgar as sombras escadas dos edifícios amarelos

ou

ou esperar... esperar que tenhas vida

que sejas a manhã em construção

a estrela do amanhecer

hei-de encontrar-te

no vão do medo

como se fosses a mulher planeta da constelação do amor

encontrar-te

hei-de... hei-de encontrar-te no silêncio do teu orgasmo.

 

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

Quarta-feira, 28 de Maio de 2014


26.05.14

acordar sobre o titânio amanhecer

pegar nas tuas mãos de andorinha selvagem

agarrar o mar

se possível

esconder o mar na tua algibeira de cartão

 

sentir os teus braços no rio que corre dentro de mim

acariciar todas as rosas das tuas pálpebras de marinheiro naufragado

descansar sobre o teu peito

beijar-te

simplesmente beijar-te... gaivota adormecer.

 

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

Segunda-feira, 26 de Maio de 2014


24.05.14

Sentia-me aconchegado nos teus braços,

regressava a noite ao teu olhar,

e percebia que no meu corpo habitavam beijos de insónia,

lençóis de porcelana entranhavam-se nas tuas pálpebras de luar,

sentia-me envergonhado,

triste...

sentia-me aconchegado,

como se tu fosses um cobertor recheado de poesia,

 

Um livro não lido,

uma folha esquecida sob a mesa-de-cabeceira,

uma ribeira,

 

Sentia-me aconchegado nos teus braços,

adormecia,

e... e sonhava,

ouvia,

ouvia os pássaros,

escrevia,

escrevia nas tuas coxas as palavras proibidas,

as palavras... sentidas,

 

Um livro não lido,

uma folha esquecida sob a mesa-de-cabeceira,

uma ribeira,

 

O mar,

o mar quando se escondia nos teus seios de Primavera,

acordava o marinheiro sem pátria,

havia uma bandeira,

uma... uma casa que voava,

sentia-me aconchegado... nos teus braços,

os alicerces de uma cidade inventada,

em papel, uma casa do tamanho dos teus lábios...

 

 

Francisco Luís Fontinha – Alijó

Sábado, 24 de Maio de 2014

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