31.01.21
Nestes dias,
Tristes dias tem o dia.
Das tristes manhãs dos dias,
Respira a árvore a sombra do silêncio,
Brinca a criança,
A menina;
A menina dança?
Dança que dança
Nos tristes dias, dos dias.
Saber esperar que acorde a manhã,
Quando os alicerces da insónia,
Ainda dormem, dormem os tristes dias.
E, as noites?
Tristes noites têm os dias,
Nas tristes tardes de encantar,
Tristes, eles, dormem o sono em flor,
Sem vontade de acordar.
Morrem os tristes dias,
Deitam-se as tristes mulheres,
Quando à lareia, o triste poeta,
Desenha no sangue dos tristes dias; apetece-me falar.
Nestes dias,
Das tristes flores,
Há árvores em cantorias e,
Doces amores.
Vai ela à fonte, triste e desanimada,
Leva no cântaro um poucochinho de nada,
Tristes dias, tristes tardes estas de caminhar
Sobre a calçada, também ela triste, também ela envergonhada;
Todos os tristes dias, são dias de amar.
Francisco Luís Fontinha, 31/01/2021