Todos os nomes
Possíveis
E imaginados,
Que me apelidam,
São rosas do meu jardim.
São as árvores
Do meu jardim,
As palavras que escrevo,
Sitiadas em mim.
Todas as pedras
Que me atiram,
São as sombras do meu jardim,
São versos,
São canções,
São sílabas de cetim.
Todas as ruas da minha cidade,
Que circundam o meu jardim,
E dos nomes que me apelidam,
São cores,
Rosas,
São poesia de mim.
São memórias,
São saudade,
E mesmo assim,
As rosas do meu jardim,
São cores,
São cinema,
São o toque do clarim;
Acordar
Para amar!
Todas as nuvens que brincam
No meu jardim,
São a beleza do poema,
Deitado na cama,
São o papel onde escrevo,
Amo,
E me deito;
Todas as nuvens que brincam
No meu jardim,
São versos sem jeito.
Todos os desenhos que pinto
No meu jardim,
São imagens transparentes do amanhecer,
São homens,
São mulheres a sofrer.
Todos os nomes
Possíveis
E imaginados,
Que me apelidam,
São rosas do meu jardim,
São o incenso a arder,
São memórias de mim.
Todas as fotografias do meu jardim,
São a saudade pincelada de madrugada,
São pedras em construção,
São tudo,
E não são nada.
Todas as rosas do meu jardim,
São as janelas do meu coração,
São todos os nomes
Que me apelidam,
São nomes que esqueço,
Nas sombras do meu jardim.
E não sei se mereço
As rosas do meu jardim;
Porque elas, as rosas do meu jardim,
São equações de fé.
Todas as pedras
Que me atiram,
São as sombras do meu jardim,
São os versos,
São as canções,
São as lágrimas de mim.
Francisco Luís Fontinha
Alijó, 01/09/2021