27.05.22
Percebíamos que o fogo iluminava
Os nossos corpos embriagados,
Percebíamos que o prazer,
De estarmos vivos,
Não eram sonhos sonhados…
Eram palavras de escrever,
Era a tua mão que voava
No meu silêncio sombreado,
Era a madrugada enforcada
Na manhã adormecida.
Percebíamos que dentro dos nossos corpos envenenados,
Saltitava o poema em desejo
Na noite assassinada.
Percebíamos que os nossos corpos envergonhados
Eram a água cansada,
Ou uma flor que acaba de morrer.
Francisco Luís Fontinha
Alijó, 27/05/2022