29.07.22
Trazias no olhar
A espada cansada da guerra
Que os meninos em brincadeira
Desenhavam na sonâmbula alma
As tristes palavras da alvorada,
E tu, em gritos pedaços de neblina
Dançavas sobre a água calma do rio
Sem perceberes que em cada luar
O uivo grito se alicerçava aos teus ossos
De poeira esbranquiçada.
Trazias no olhar
As lágrimas da mentira envenenada
Que não sabia voar…
Que não sabia nada.
Trazias no olhar
A saudade,
A dor triste oiro
Nos braços da madrugada;
Trazias no olhar
A espada cansada da alvorada,
Enquanto os meninos em brincadeira
Escreviam na tua mão
As palavras em despedida;
Trazias no olhar
A dor fingida da partida.
Francisco Luís Fontinha
Alijó, 29/07/2022