29.04.23
“O sono
Esse pequeno silêncio que a noite traz
Essa nuvem de espuma das amoreiras em flor,
O sono…”
Acrílico s/tela. 70cm x 100 cm. Francisco Luís Fontinha – Alijó
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29.04.23
“O sono
Esse pequeno silêncio que a noite traz
Essa nuvem de espuma das amoreiras em flor,
O sono…”
Acrílico s/tela. 70cm x 100 cm. Francisco Luís Fontinha – Alijó
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23.04.23
Às vezes, o poeta/artista também precisa de vinho…
22.04.23
Paixão - Óleo S/Tela – Francisco Luís Fontinha (70x100)
28.12.22
Numa qualquer tarde em Luanda, algures no bairro Madame Berman, sem precisar a data correcta, pois o narrador nunca o saberá, mas consta que foi ente 1966 e 1971, enquanto o senhor Fernando verificava quando tinha de renovar a carta de condução, o pequeno dos calções, aproximou-se dele e numa voz poética,
- “quero escrevelhe”,
O senhor Fernando num gesto afectuoso, deu-lhe uma folha e um lápis, para que o puto dos calções pudesse então escrever,
Mas parece que o puto queria escrever na carta de condução do pai e não na pequena folha,
Pacientemente, o senhor Fernando dizia-lhe que na carta de condução não,
O puto berrava,
E consta que foi a única vez em que o senhor Fernando lhe deu umas valentes nalgadas no rabiosque gorducho (diga-se que se tivesse levado mais não se perderia nada) até que a mãe do menino, a dona Arminda, o foi buscar e pegando-o ao colo com todo o carinho, retirou-o da sala, mas o puto não se calava, e quase todo roxinho, continuava
- “escrevelhe”, “escrevelhe” escrevelhe” escrevelhe” escrevelhe”…
Consta que o puto já se deliciava em rabiscar as paredes dos compartimentos nuns rabiscos pré-históricos, e desde esse episódio começou a rabiscar letras que às vezes se pareciam mais com o abstracto de que com palavras,
- “escrevelhe” escrevelhe” escrevelhe” escrevelhe”…
O puto foi crescendo, e já na adolescência começou a escrever compulsivamente e a desenhar compulsivamente, até que num acto de loucura, numa noite de loucura, queimou todos os papeis que tinha escrito e todos os desenhos; ele lá saberá a razão.
Hoje é fiel depositário de três caixotes onde habitam cerca de três mil poemas e textos; a maioria escritos à máquina, oferecida pelos pais quando fez quinze anos e comprada na loja do senhor Antoninho Torcato, a prestações.
Provavelmente terá sido nesta tarde que nasceu o poeta Francisco Luís Fontinha.
Só ele o saberá.
Alijó, 28/12/2022
Francisco Luís Fontinha
21.10.22
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