24.09.23
Meia-luz da luz que o dia consome
Na luz que o dia lança ao mar
Quando não tem fome
Meia-luz incendeia a tua mão
Na tua mão meia-luz
Da meia-luz do coração
Na meia-luz do teu olhar
Meia-luz que o dia abraça
Meia-luz de medo
Nas profundezas desta barcaça
Em meia-luz e contraluz da desgraça
Na meia-luz que não tem graça
Meia-luz que o dia consome
Na outra meia-luz que o dia vomita
Porque a cada meia-luz sem nome
É meia-luz em fome
Na meia-luz que não dorme
Na meia-luz que levita
Meia-luz no teu olhar
Do teu olhar meia-luz de mar
Mei luz que o dia consome
Da meia-luz que o dia come
Sem segredar à outra meia-luz
Que em cada meia-luz há uma outra meia-luz com fome
23/09/2023