10.10.21
Escrevia equações de areia
Nos olhos da saudade,
Fazia da madrugada, uma ideia,
Uma ideia sem idade.
Pintava a velha cidade
Nas nuvens em democracia,
Nas suas mãos transportava a felicidade,
A felicidade que não sentia.
Estava velho, cansado
Na enxada do amanhecer;
De tanto amar e ser amado
Esqueceu-se de comer.
Pegou nas palavras e sem querer
Desenhou o mar, o mar a envelhecer.
Francisco Luís Fontinha
Alijó, 10/10/2021