01.01.21
(Dois mil e quinze, foi uma merda; dois mil de dezanove, foi uma merda e, dois mil e vinte, contra tudo e todos, foi maravilhoso).
A alvorada voz da manhã,
Quando a terra se encosta ao Douro e, descansa.
Descansa a alma,
Descansa a mão inanimada da esperança,
Descansa o menino,
Descansa,
Descansa a criança.
Descansa o raio que o parta,
Quando subo à montanha e,
Uma fotografia, que descansa,
Descansa a vida malvada.
Ai, menino,
As suas mãos são de oiro,
São castanhas, são cinzentas manhãs em Paris,
Descansa,
Descansa corpo santo,
À voz de quem o diz.
São palavras,
São desenhos,
Descansa mão do artista…
Descansa, descansa mundo,
Na voz melódica da manhã,
Que descansa sem se ver,
Descansam as palavras,
Descansam todos os versos;
Descansa sua beleza,
Nos cadernos de escrever.
Francisco Luís Fontinha, 01/01/2021