05.10.22
Percebo que a noite é escura
Quando cada milímetro quadrado da tua pele
Se despede das minhas mãos,
Percebo que a noite é escura
Quando a minha voz se perde na velocidade da luz
E se abraçam,
E se beijam,
O som… e a luz,
Percebo que a noite é escura
Quando dos teus lábios fogem os iões da saudade,
Quando um beijo se ergue na margem esquerda das tuas coxas…
Quando um pedaço de noite é apenas um pedaço de noite,
Percebo que a noite é escura
Quando semeio as minhas palavras sobre o teu peito,
E nele, desenho as imagens do desejo,
Percebo que a noite é escura
Quando este poema poisar sobre o teu cabelo,
Quando a cidade dorme,
Percebo que a noite é escura
Quando as janelas do teu olhar se abrem…
E as equações do sono,
São pequeninos silêncios
Na lua… também ela, tal como a noite, escura.
Alijó, 05/10/2022
Francisco Luís Fontinha