Fascina-me o xisto,
Minha querida,
Não sei…, mas… muitas lâminas…
Em cada lâmina, está uma carta escondida,
E sabes, minha querida,
Dentro de cada carta está uma morada,
E nessa morada,
Talvez esteja Deus…
Fascina-me o xisto,
E todos tivemos um Tablet (lousa) topo de gama…
Só na Casa Grifo,
Bom e barato.
Não, minha querida,
Não gosto do xisto apenas pela paisagem do nosso Douro…
Não,
Começo a ficar cansado de olhar tantos socalcos.
Como de tudo, minha querida…
Começo a ficar cansado…
Mas o xisto,
O xisto fascina-me…
Claro está, minha querida,
Claro está que o xisto nunca será jóia de adorno de uma mulher,
Porque é feia…
(a jóia construída em xisto, não a mulher)
Só se esta jóia servir apenas para a mulher atirar à cabeça do filho da puta que a espanca…
E aí, a jóia construída de xisto…
Seria a jóia mis linda do Universo…
Mas Deus não quer
E leva os bons e deixa os filhos da puta…
Tanto filho da puta.
Por aí,
Andando à caça de algo extraordinário…
(dizem que esta zona é boa em caça)
Algo de extraordinário, minha querida…
Tipo…
Tipo uma vaca com três cabeças e que dorme todas as noites sobre o Plátano de Alijó?
Que escândalo, meu querido…
Porque a vaca tem três cabeças?
Porque a vaca com três cabeças dorme todas as noites sobre o Plátano de Alijó…?
Não meu querido…
Aumentou novamente a gasolina.
Fascina-me o xisto,
Minha querida,
Não sei…, mas… muitas lâminas…
Em cada lâmina, está uma carta escondida,
E sabes, minha querida,
Dentro de cada carta está uma morada,
E nessa morada,
Talvez esteja Deus…
E se não estiver…
Espera que ele apareça.
Alijó, 16/05/2023
Francisco Luís Fontinha