Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

francisco luís fontinha

Nunca vi o mar, A minha mãe sonâmbula nas noites de cacimbo desenhava o mar no teto da alcofa, um círculo com olhos verdes e sorrisos e cheiros que aprendi a distinguir antes de adormecer, e eu, e eu... francisco luís fontinha.

francisco luís fontinha

Nunca vi o mar, A minha mãe sonâmbula nas noites de cacimbo desenhava o mar no teto da alcofa, um círculo com olhos verdes e sorrisos e cheiros que aprendi a distinguir antes de adormecer, e eu, e eu... francisco luís fontinha.


04.06.23

20230604_171403.jpg

Não,

Não tenho pressa de beijar os teus lábios de mel,

Não tenho pressa,

Não tenho pressa de tocar nos teus olhos de mar,

Não…

Não tenho pressa,

Não tenho pressa de pegar na tua mão de Primavera…

E voar…

 

Não tenho pressa de escrever,

Não tenho pressa de desenhar…

Não,

Não tenho pressa,

Não tenho pressa de morrer,

 

Não tenho pressa,

Não,

Não.

Não tenho pressa de saber o dia exacto,

A hora exacta…

Do acordar das estrelas,

Porque elas vão acordar,

 

Não,

Não tenho pressa…

De tanta coisa…

De ter pressa…

 

 

 

Luís

04/06/2023


28.05.23

20230528_163633.jpg

Desce a rua

O ausentado nocturno

Procura na algibeira o último cigarro do mês

Acende-o

E senta-se junto ao rio

 

Procura na paisagem

As estrelas de além-mar

E as estrelas de ontem

Algures entre o sono

E a décima quinta noite de insónia

 

Desce a rua

O aprumado esticadinho

O ausentado de Domingo

Sem perceber que na mão

Transporta o pecado da palavra

 

Desce

Desce a rua

O ausentado senhor

De livro na mão

Cigarro

O último cigarro do mês

E está feliz

Que feliz ele está…

O senhor

O Dom ausentado

 

Desce

Desce a rua

O ausentado nocturno

Procura um cadáver para alugar

Com vista para o mar

Um pequeno quartinho

E uma sala enorme…

Onde se senta

Onde se deita

Onde morre

 

Desce

A rua

Que desce o ausentado nocturno

Das flores migratórias

E das palavras avulso

Uma estória de morte

E sexo

Durante a noite

 

Desce

Devagarinho a rua do ausentado

Do Domingo de ausência

Em pequenas drageias de silêncio

E o que procura não encontra

Não sabe o que procurar…

E enquanto desce

Desce a rua

O ausentado senhor…

Uma lágrima de saúde desenha-se no seu olhar.

 

 

 

 

Luís

28/05/2023


18.05.23

Ponho-me à janela,

À janela da vida,

Desta vida,

Quando viva,

Viva esta vida,

Desta vida à janela,

Desta janela,

Da vida,

Em vida…

 

Ponho-me à janela,

Desta vida,

Enquanto viva,

Desta vida de mar,

No mar da vida,

Enquanto vida,

No mar…

Quando poisa o silêncio nas tuas mãos…

 

Ponho-me à janela,

Enquanto janela do teu olhar…

Na janela viva,

Que viva esta vida,

Ponho-me à janela,

Da janela da vida…

Ponho-me à janela do teu olhar,

Enquanto janela do teu olhar,

Da janela…

Enquanto vida,

A vida,

Por vezes…

Sem vida.

 

 

 

Alijó, 18/05/2023

Francisco Luís Fontinha


10.05.23

Nos teus olhos,

Meu amor,

Dançam todas as estrelas do Universo,

Nas tuas mãos,

Nas tuas mãos, meu amor,

Nas tuas mãos brincam todas as crianças do planeta Terra…

E nos teus lábios…

Nos teus lábios navegam os mais lindos barcos do Oceano.

 

Cada palavra, um beijo,

Encantada maçã do Éden,

Pequeno silêncio,

E mesmo assim, meu amor,

E mesmo assim as árvores tombam com a solidão,

 

Nos teus olhos,

Meu amor,

Dançam todas as estrelas do Universo,

Dos teus olhos,

Meu amor,

Recebo todas as palavras que te escrevo…

E com elas,

Construo poemas,

Poemas, meu amor…

 

 

 

Alijó, 10/05/2023

Francisco Luís Fontinha


08.12.22

Encosto a cabeça

À sombra do teu corpo.

 

Faço um cigarro com as estrelas do teu olhar,

Enquanto abraço a nudez do teu corpo

Que cresce no espelho da noite,

Escrevo nos teus doces lábios de mel,

 

Tanta coisa que poderia escrever,

Tanta coisa, minha querida…

Que nada escrevo.

 

Pego num pequeno cordel do sono,

E com ele,

Trago o silêncio

E o mar que habita no teu peito,

Depois,

Pego na insónia,

E da insónia faço uma flor

Que poiso na tua boca; uma flor colorida de beijos.

 

Encosto a cabeça

À sombra do teu corpo,

E espero que o nosso mar…

Que todo o nosso mar…

Entre pela janela,

Como entram as estrelas do teu olhar,

Quando abro a janela da manhã.

 

 

 

 

 

Alijó, 08/12/2022

Francisco Luís Fontinha

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2023
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2022
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2021
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2020
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2019
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2018
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2017
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2016
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2015
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2014
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2013
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2012
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2011
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
Em destaque no SAPO Blogs
pub