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francisco luís fontinha

Nunca vi o mar, A minha mãe sonâmbula nas noites de cacimbo desenhava o mar no teto da alcofa, um círculo com olhos verdes e sorrisos e cheiros que aprendi a distinguir antes de adormecer, e eu, e eu... francisco luís fontinha.

francisco luís fontinha

Nunca vi o mar, A minha mãe sonâmbula nas noites de cacimbo desenhava o mar no teto da alcofa, um círculo com olhos verdes e sorrisos e cheiros que aprendi a distinguir antes de adormecer, e eu, e eu... francisco luís fontinha.


31.05.23

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Aos teus olhos

Ofereço esta madrugada de engano,

Nos teus olhos

Caem as palavras de luz,

Nos teus olhos habita a Primavera sem destino,

Nas mãos do menino,

Dos teus olhos…

Nos olhos do mar.

 

Aos teus olhos

Lanço as estrelas

E as galáxias…

Dos teus olhos,

O silêncio mar,

Do mar que ama,

No mar que deseja…

Os teus olhos.

 

 

 

Luís

31/05/2023


29.05.23

20230529_222439.jpg

Morre o mar

Nos teus olhos salgados

Morre o sono

Nos teus lábios pincelados de tristeza,

Morre a noite

Na tua mão

Morre a noite na tua mão

Meu amor,

Morre a noite anterior

E a noite que já penhoramos…

Morre no teu púbis

Toda a poesia que escrevo

Porque também ela

Meu amor

Morre como morre o mar

Nos teus olhos salgados,

 

Nos teus olhos de sonhar.

Morre o mar

Meu amor,

Morre o mar nos teus seios prateados…

Daquele mar

Teus olhos salgados

Que morrem

Como o mar,

Com o mar…

Dos dias sonhados,

 

Morre o mar

Meu amor,

Morre o mar nos teus olhos…

Morre a lua

Meu amor…

Morre a lua na tua boca,

Dos dias que não somos

Aos dias que parecemos,

 

Morre o mar

Nos teus olhos salgados

Morre o sono

Nos teus lábios pincelados de tristeza,

Morre o mar

Meu amor,

Meu amor…

 

 

 

 

Francisco

29/05/2023


20.05.23

20230520_231841.jpg

(óleo s/tela)

 

Olho-te e vejo um círculo de pássaros.

Olho-te,

Olho-te e vejo o silêncio pincelado de azul.

Olho-te,

Olho-te e vejo o cinzento barco em direcção ao abismo…

Olho-te e oiço o perfume do mar.

 

Olho-te e abraçam-se a mim os cheiros da minha infância,

Quando da terra queimada,

Se erguia o Sol,

E olho-te, e olho-te sabendo que também tu me olhas,

Que também tu vês em mim as cores do silêncio.

 

E olho-te encantado da vida…

Porque sou o teu pai,

Porque te pintei durante a tarde…

Da tarde,

Os cheiros a terra queimada,

O capim dançando na tua mão…

E eu,

Olho-te,

Sabendo que tu também me olhas.

 

Olho-te e consigo ver nesta confusão de cores…

A luz dos teus olhos,

Consigo ouvir o silêncio dos teus olhos…

E olho-te.

Sabendo que me olhas,

Sabendo que em breve te despedirás de mim…

E ficarás para sempre no silêncio de uma parede,

Sem nome,

Sem janela para o mar.

 

E eu, e eu vou olhar-te para sempre,

Como olho para sempre os meus quadros,

Os mortos e os vivos.

E olho-te…

 

 

 

 

Alijó, 20/05/2023

Francisco Luís Fontinha


18.05.23

Deito-me nos teus olhos,

Teus doces olhos de mar,

Teus lábios de mel,

Nas mãos deste poema,

Deito-me, meu amor, nos teus olhos…

Quando nos teus olhos brincam as estrelas do silêncio,

Deito-me nos teus olhos,

Meu amor,

Enquanto dentro do mar

Perde-se o meu coração,

Deito-me nos teus olhos,

Meu amor,

Deito-me sabendo que o vento me leva…

Desta sanzala de desejo,

Deito-me, deito-me nos teus olhos,

Teus olhos de mar.

 

 

 

Alijó, 18/05/2023

Francisco Luís Fontinha


22.01.23

Nos teus olhos,

Madrugada sem nome,

Quando me tocas

E sinto o rio da paixão que brinca no meu peito,

 

Quando me tocas

E poisas sobre mim,

As estrelas dos teus lábios,

E deixas ficar no meu corpo

A alvorada nas mãos de uma criança,

 

E nos teus olhos,

Quão luar das noites de insónia,

O primeiro beijo…

No beijo dos teus olhos de mel.

 

 

 

 

Alijó, 22/01/2023

Francisco Luís Fontinha

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