13.01.23
Uma certa noite, Deus percebeu que não tinha mais nada para fazer, meteu as mãos na algibeira e pensou,
Que faço agora?
Pensou, pensou, pensou…
E de tanto pensar, resolveu criar o homem (Adão).
Não contente com a sua criação, começou a caminhar em pequenos círculos às voltas de uma fogueira e pensou…
Isto não me agrada nada, mesmo nada.
Até que teve a brilhante ideia de criar a mulher (Eva), e depois a vagina.
Adão olha a mulher, olha a vagina, ficou um pouco acabrunhado e em cortinados de timidez porque era a primeira vez que via algo de tão belo, e pergunta a Deus,
Meu Deus, elas são tão belas.
Deus olho-o e responde-lhe
Sim, sim, elas são muito belas, mas agora tens de trabalhar, vês aquela pedra, ao lado da nespereira que mesmo à pouco criei?
Sim, meu Deus, vejo.
Vais até lá, sentas-te sobre a pedra e com a maquineta das fotocópias vais ficar a noite toda a fotocopiar a mulher (Eva) e a vagina.
Adão dirigiu-se até ao pedregulho, sentou-se, puxou de um cigarro, ligou à corrente eléctrica a maquineta das fotocópias e vai nisso,
Toca a fotocopiar vaginas.
Concluindo ao romper da manhã que todas as vaginas eram iguais, e que a única diferença estava nas vaginas cerebrais, estas sim, diferentes de corpo para corpo, subiu o talude e deitou-se junto a Eva.
(é sempre bom relembrar que o autor deste texto adora a mulher, a vagina, mas entre as duas vaginas, às vezes, a vagina cerebral é aquela que nos dá mais prazer)
E Deus fez o homem e a mulher com o intuito de estes procriarem e que a espécie humana continuasse por muitos milhões de anos, mas Deus esqueceu-se de explicar ao nosso querido Adão e à nossa querida Eva o que era o prazer, e assim, ambos, aos poucos, enquanto a noite se masturbava nos lábios da lua, foram descobrindo o significado do prazer.
Adão, olha para as mãos, e com elas começa a acariciar todo o corpo de Eva, e esta em pedacinhos de gemido, de olhos cerrados, contorcia-se parecendo um arbusto quando o vento incide e em pequenos círculos, este, inicia uma dança geométrica e infinita como
se houvesse uma pauta, pauta essa onde constavam todas as notas do prazer.
Depois cobriu-a de beijos, beijando cada pedacinho do corpo de Eva.
Adão sentia-se nas nuvens,
Deus já dormia, acordou com todos aqueles gemidos, sentou-se na cama e tapou os ouvidos com as mãos,
Adão sorria-lhe, Eva desenhava um pequeno sorriso; o resultado da resolução da equação do prazer; o primeiro orgasmo.
(quer o autor salientar que sendo a mulher e a vagina a maior criação de Deus, porque todo o resto que criou é merda, o autor considera que a vagina cerebral é sem dúvida a maior criação de Deus)
Quem nunca sentiu prazer enquanto lê um texto, um poema ou enquanto olha para uma qualquer obra de arte?
A esse prazer todo, Deus todo-Poderoso, criador do céu e da terra, chamou-lhe de orgasmo cultural.
Pela manhã, Deus acorda, levanta-se da cama e quando sai para a rua e acende um cigarro, vê o Adão e a Eva, deitados no chão, abraçados, acorda-os e pergunta-lhes,
Então, meus filhos?
Eva olha-o e responde-lhe,
Maravilhoso, meu Deus. Maravilhoso.
(não acreditando o autor em Deus, e respeitando o autor todos os credos e fés, e respeitando muito o autor a mulher e tudo oque ela representa, pede o autor desculpa a todos aqueles que possam sentir-se ofendidos; não é o intuito deste texto de ficção ofender nada nem ninguém)
Alijó, 13/01/2023
Francisco Luís Fontinha
(ficção)