31.01.23
Abraço-me a este rio ensonado,
Olho as montanhas do teu olhar,
Sento-me neste socalco abandonado…
À espera de que a lua me venha resgatar,
E se a lua me levar,
Deito fora a tristeza
E todo o silêncio do mar,
Abraço-me a este rio de enorme beleza,
E cruzo os braços no meu silenciar,
Acendo este cigarro invisível e inventado…
Que o meu corpo vai matar,
E se eu morrer nos lábios deste cigarro assassino,
Deste maldito cigarro envenenado,
Peço a Deus o perdão… que perdoe este pobre menino.
Alijó, 31/01/2023
Francisco Luís Fontinha