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francisco luís fontinha

Nunca vi o mar, A minha mãe sonâmbula nas noites de cacimbo desenhava o mar no teto da alcofa, um círculo com olhos verdes e sorrisos e cheiros que aprendi a distinguir antes de adormecer, e eu, e eu... francisco luís fontinha.

francisco luís fontinha

Nunca vi o mar, A minha mãe sonâmbula nas noites de cacimbo desenhava o mar no teto da alcofa, um círculo com olhos verdes e sorrisos e cheiros que aprendi a distinguir antes de adormecer, e eu, e eu... francisco luís fontinha.


04.06.23

Estava o sol

Estava a lua

Estava o filho de ambos

O sol queria a chuva

A chuva queria o sol

O filho da lua e do sol

Esse

Nada.

A lua queria a madrugada

O sol

Tal como o filho da lua

Nada.

Estava o sol

Estava a lua

Estava o filho de ambos

O sol escrevia nos lábios da lua

A lua inventava gemidos nos lábios do sol…

E o filho de ambos

Nada

Esse

Nada.

 

 

 

Francisco

04/06/2023


31.05.23

Está sol,

Meu amor,

Está sol nos teus olhos,

Está um lindo final de tarde,

Meu amor…, nos teus olhos,

Está sol.

 

Está sol, meu amor,

Está sol nos teus doces lábios de mel…

Está sol neste poema,

Nestas mãos que escrevem este poema…

E diria, meu amor…

(que se fodam as vigas alveolares)

Está sol, meu amor,

Não,

Não está sol nas vigas alveolares…

Mas está sol,

Neste lindo final de tarde.

 

 

 

Luís

31/05/2023


22.02.23

Podia extinguir-se o Universo…

Podia,

Podia morrer o sol

E todas as estrelas,

Morrer o dia,

Podia,

 

Tudo podia acontecer,

Porque eu,

Não me erguia desta cadeira em frente ao mar,

 

Podia chover,

Podia nevar,

Podiam levar-me este mar…

 

Que eu continuava sentado nesta cadeira,

Nesta cadeira em frente ao mar,

 

(Podia extinguir-se o Universo…

Podia,

Podia morrer o sol

E todas as estrelas,

Morrer o dia,

Podia)

 

E o que eu fazia se tudo isso acontecesse?

 

Nada.

Absolutamente nada.

 

 

 

Alijó, 22/02/2023

Francisco Luís Fontinha


20.02.23

Se sonhas,

Não sonhes,

Atira pedras às árvores e aos pássaros,

Aprisiona o sol na tua mão…

 

Se sonhas,

Não o faças,

 

Dorme dentro do quadrado,

Entre o silêncio do luar

E a pasmaceira das tardes junto ao mar,

 

O mar é uma merda,

Água,

Barcos em aflitas gargalhadas,

Depois…

Depois trazem a noite,

E com a noite,

A porcaria das estrelas,

Poeira cósmica,

Lágrimas de néon,

Pó,

 

Se sonhas,

Não sonhes,

Atira pedras às árvores e aos pássaros,

Aprisiona o sol na tua mão…

Cruza os braços,

Cerra os olhos;

Depois…

Desliga o interruptor que tens dentro de ti...

 

 

 

Alijó, 20/02/2023

Francisco Luís Fontinha


02.02.23

Se eu pudesse,

Desenhava o sol no teu olhar

Quando a manhã fria e submersa na minha mão

Corre calçada abaixo em direcção ao mar,

Se eu pudesse,

Poisava o luar nos teus seios prateados

Que durante a noite procuram os meus lábios…

Meus lábios… amordaçados,

 

Se eu pudesse,

Escrevia no teu corpo invisível das nocturnas noites em desejo,

Quando da janela do teu olhar

Regressam a mim as Primaveras em flor,

E num silêncio beijo

Erguia do chão as lágrimas de chorar,

E todas as palavras semeadas no teu púbis amanhecer,

 

Se eu pudesse,

Cantar, escrever, sonhar… ou voar na tua boca,

O sol que te vou dar,

O luar que em ti vou poisar,

Se eu pudesse adormecer,

Apenas…

Enquanto as sílabas estonteantes

Brincam nesta pequena folha em papel amarrotado…

 

Ai se eu pudesse…

Colher todas as flores deste jardim

E libertar todos os pássaros aprisionados,

Abraçar-te,

E por fim,

Pincelar o teu corpo com os poemas da madrugada,

 

Se eu pudesse, enfim…

Tudo o que desejo,

Tudo…

Sem mais nada,

 

Do sonho, acordava…

E tudo o que eu queria,

Que eu sonhava…

Já o faço,

Faço-o a cada dia.

 

 

 

Alijó, 02/02/2023

Francisco

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